sábado, 27 de abril de 2024

Eu te dei tua alforria

 Já te dei tua carta de alforria

Agora vá em busca de outra gaiola

Outra prisão sem algemas

Mais grades que não te trazem sorrisos 


A culpa é do teu mau caratismo

Eu só fechei cada entrada, friso

Não venha culpar mercúrio retrógrado

A culpa é da tua falta de compromisso 


Está trancado pra fora pra sempre

Errado aquele que ousou dizer que tu tinhas poder sobre mim

Realmente já passou da hora disso ter um fim

Pois tu não tem poder nem sobre a roupa que veste 


Nunca foi meu algoz

O único algoz que eu tenho sou eu

Ao crer nessas tuas patifarias

Nunca foi meu, nem sequer foste mesmo teu

Como poderia se doar a quem quer que fosse? 


Mero fantoche da vontade alheia

Eu não existo pra caminhar junto com fracos! 


Já te dei tua alforria

Vá atrás de quem pra ti sorria

Visto que meus dentes não mais verás...

Te morder já não é mais válido aqui

Tua dor não mais me diverte

Já te dei tua alforria

Some das minhas vistas!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

De: Pepper / Para: um qualquer

Insuperável 


Rasgar tua pele com minhas unhas

Destrocar tua alma com meu amor

Do que sobrar eu te reinvento

Não posso viver ser essa dor 


Se o processo fosse inverso

Seria o vício mais inegável

Eu te idolatro sem que tu percebas

A fonte dessa loucura é inexplorável 


Eu quero a dor que tu podes me causar

E sentir o tesão deslizando em mim

Se fosse tu no meu lugar 

Jamais desejaria que houvesse um fim 


Se tu pudesse me sentir agora

Me sentiria queimando totalmente

É o efeito que tu causas nesse corpo

Estou me derretendo internamente

Como o vulcão que dizes que sou

Sim, prometo que te queimar eu vou

É isso que tu anseia desesperado

Cansado de me esperar parado 


Se minha língua fosse uma lâmina

Tu já estaria todo retalhado

E iria implorar por cada vez mais

Porque pra me pedir pra parar tu és incapaz


eu, poetisa & pecadora

sábado, 1 de julho de 2023

Prefiro minha imaginação...

(Hello, eu escrevi esse texto em 2021, vou compartilhar com meus seis leitores, enjoy the trip... Thank you for your company!)


 06 de junho de 2021

Estou sonhando acordada com coisas que eu ia adorar que fossem reais mas que se fossem, não teriam a magia da minha imaginação... Qualquer coisa é sempre - toda vida - mais interessante dentro da minha mente. Será que algum dia encontrarei algo que supere?

Meus poemas são o meu legado até agora... Eu gostaria de ter uma família minha, mas será que seria tão mágico quanto é na minha imaginação? Filhos meus podem ser bem difíceis...

Até desenvolvi todo um novo sistema para descarregar a minha raiva mas não sei até quando vai funcionar, tamanha a confiança que eu ponho na prática das minhas idéias mirabolantes... Espero que funcione!

Até agora, a minha fé é o melhor de mim mas não quero ser fanática nisso e ando na corda bamba todos os dias, com receio. Quero viver um pouco de paz, será que posso? SERÁ QUE GOSTO? Sou filha de Ogum, afinal...

Gostaria de me despedir do... (aquele que não se deve nomear mas é só ler os textos mais antigos que o nome dele está por aí em algum lugar), na real não estou preparada pois eu poderia enfiar um socão na cara dele. Quero virar essa página e na minha cabeça toda distorcida, um ato simbólico (como uma conversa) seria uma confirmação de "página virada".... Talvez nem precise e daqui algum tempo eu já nem lembre mais o nome dele, de fato.

Quero me apaixonar por alguém novo... Mas eu mereço? 
E por acaso, alguém me merece?

Eu, poetisa & pecadora.

domingo, 25 de junho de 2023

Relacionamentos...

Ainda naquela vibe de curtir os caras mascarados... Agora elevamos um pouco o padrão para "curtir caras malvados..." que merda mesmo! Me bateu uma bad, simplesmente, e eu tô com esse texto na cabeça desde ontem à noite então decidi vir aqui escrever e postar neste - praticamente abandonado - blog que eu tenho. 

Ontem eu trabalhei bastante (trabalho como cartomante, e sim isso me deixa exausta), hoje eu tive um dia cheio com outros compromissos então quando cheguei em casa já era noite e as bebidas alcoólicas estando em falta na minha geladeira, eu me pus a cozinhar e fiz um arroz com leite - um dos meus doces preferidos desde sempre.

Assisti novamente ao show do Mushroomhead - minha banda de mascarados preferida - e me peguei pensando no motivo de eu me atrair pelos malvados... A resposta é: não faço a mínima idéia, sendo que na minha vida prática só tive relacionamentos com homens terrivelmente doentios e o preço caríssimo que me custou, estou pagando até hoje e com juros. 

Tenho lido alguns livros eróticos (onde a toxicidade de relacionamentos abusivos é romantizada e ABSURDAMENTE DISTORCIDA) e sinto vergonha ao afirmar que eu às vezes gostaria de ser uma ou outra daquelas protagonistas babacas das histórias distorcidas (geralmente mulheres de bandidos, mafiosos, assassinos mercenários e nessas levadas por aí... Mulheres que precisam se esconder e correr pela própria vida se é que querem continuar vivas e com todas as partes do corpo em seus devidos lugares...). Vergonha, mas às vezes escapar pra esse mundinho imaginário é minha única válvula de escape dos problemas que a realidade da minha vida me presenteia...

Me imaginar levando uma vida desse tipo é divertido ENQUANTO NÃO É REAL, pois duvido que na prática sejam as flores que os livros eróticos pintaram... 

"Mulheres tendem a escolher seus parceiros com base na relação que tiveram com seu pai..." (alguém disse essa frase e eu não sei quem foi, mas deve ter sido a minha psicóloga... Ou será que foi a minha astróloga?! Enfim, que seja...) eu, Gabriela, fui criada sem a presença física de um pai. Aliás, meu pai biológico nem imagina que sou fruto do esperma dele, e por isso a Deus e a todos os santos eu agradeço. 


Eu não tenho muito no que me basear, né?!


Não tive pai, então vou ficar inventando moda e criando fanfics/relações ridiculamente fora da realidade ou impossíveis de acontecer na minha vida prática até que eu encontre um pobre coitado que goste de mim, boboca como sou. Eu não sou ruim, só não tenho lá muita base de relacionamento que realmente funcionou (pois todos que eu presenciei deram errado e eu acho que não existe um que dê certo nesse mundo inteiro) e já estou sem idéias pra inventar algo que poderia funcionar comigo, sendo que todos os relacionamentos que eu tentei NÃO DERAM CERTO. Se alguém me deu um manual de instruções em algum momento da minha vida, eu rasguei e engoli (ou amassei e enfiei no cu) pois simplesmente não sei ter relacionamentos e não sei nem como tentar aprender...

É tão estranho assim querer ter um amor tipo os dos livros, dos filmes, das músicas ou devo atribuir tamanha estranheza à minha vênus em peixes? 


Quem entendeu, entendeu...

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Meus devaneios sobre porquê mascarados me dão tesão...

27 de setembro de 2022

Estou escrevendo esse texto agora assistindo um show do MRH e todos os detalhes ali me excitam, terminando aqui eu vou fantasiar com tudo aquilo, e você se quiser pode ir pra casa do caralho.

Acho que é a primeira vez que eu vou escrever sobre meus gostos sexuais pra publicar se eu tiver vontade, ou coragem... Mas o que eu vou escrever daqui por diante neste texto eu nunca contei pra ninguém, então se alguém quiser fazer mal uso posteriormente, bom proveito. Já aviso que eu saberei suas intenções porque tenho boa intuição.

Desde nova tenho um desejo sexual muito intenso e eu não sei dizer por que ou se realmente tenho algum problema, só sei que foi algo precoce e quase incontrolável, o que me levou a buscar muitas informações sobre sexo e praticar atividades que tenham a ver com isso, minhas conversas geralmente eram voltadas pra esses assuntos: meninos e seus penis... Acabei descobrindo cedo do que eu gostava e comecei a fazer por ai, de forma inconseqüente. Será que dá pra culpar o transtorno bipolar por isso?

Mas sabe quando tu experimenta todas as coisas que são consideradas “normais” e precisa de algo mais forte pra chegar ao orgasmo? Algo diferente do habitual... E nessa levada eu tenho que descobrir sozinha - fazer sozinha - aquilo que me dá prazer pra eventualmente tentar fazer acompanhada de alguém e ter certeza de que sentirei a mesma coisa ou se acompanhada não é o mesmo prazer que sozinha. Sim, estou dizendo que eu freqüentemente utilizo da masturbação pra me descobrir. Percebi muitas coisas a partir disso, mas o que mais me atraiu (leia “o que mais me fez gozar com força”) foi a possibilidade de transar com um mascarado.

Meu amor, nós estamos em época de lançamento do novo filme do Halloween e pra quem ainda não sabe ainda, eu tenho um grande fascínio pelo Michael Myers, ponto. Mas o que ninguém sabe - e se nunca ler esse texto, nunca saberá porque eu não contarei novamente -  é o porquê eu tenho esse gosto pelo maníaco do filme de terror... A verdade é que ele me dá tesão. Fiquei com vergonha agora ao botar isso em palavras, pois ler isso em voz alta me espanta mais do que eu achei que espantaria... Socorro!

Eu tinha uns 14 anos quando conheci o Slipknot e a partir dai percebi varias referencias a filmes de terror como inspiração dos músicos daquela banda para suas mascaras. Bom, eu tinha tesão no Corey Taylor e eventualmente ele falou por aí que a mascara dele - e a persona que ele incorpora quando em performances ao vivo da banda - era baseada no Michael Myers. Eu me lembro de ir fuxicar pra saber quem é esse tal de Myers e acabar dando de cara com os filmes do Halloween, os filmes me assustaram bastante e a violência do psicopata me chocou porque era o que me dava vontade de fazer com alguns valentões que me incomodavam no colégio... A atração foi instantânea e o tesão também, não sei se porque eu associei o Myers ao Corey Taylor ou se porque me imaginei matando as pessoas que haviam me envergonhado e maltratado na escola com os bullyings da vida, igual o Myers fez nos filmes. E tudo isso somado ao fato de eu estar em uma fase de descoberta, me masturbando pelo menos três vezes por dia, ouvindo as musicas dos mascarados e tinha orgasmos múltiplos quando imaginava algum deles me pegando devidamente, do jeito que eu mandava que fizessem (nas minhas fantasias).

E ai depois eu conheci o Mushroomhead e posso dizer que até hoje, não tem um único momento que em que eu ouça as musicas deles ou que eu veja o Waylon Reavis e não molhe a calcinha... Também tenho vergonha de dizer isso, mas ele me excita muito e não é algo que eu consigo conter. Gosto de imaginar ele fazendo coisas comigo que sei que na vida real iriam doer bastante e talvez até me tirar a vida, gosto de me imaginar fazendo isso com ele também. E talvez eu devesse experimentar BDSM com algum estranho pra saber se eu realmente morreria fazendo o que tenho vontade...


Não sei por que eu sou assim, mas eu sou e não gosto da idéia de mudar isso.

 

Hoje me veio à mente o pensamento de que eu gosto de mascarados porque eu nunca veria os rostos deles como realmente são, nunca os conheceria de fato, então sendo apenas imaginários eu poderia fazer o que eu quisesse com eles. Pessoas que se me abandonassem eu não sofreria, pelo simples fato de saber que não existem realmente, seria mais fácil aceitar o abandono quando aquele personagem sumisse. Na verdade, tal personagem só iria embora se eu o mandasse pra longe, ou seja eu teria o controle sobre tudo. E seria tão bom poder gostar de alguém que eu de fato inventei, pois tal ser nunca me decepcionaria sendo que eu já sei o que ele é... Eu não teria surpresas dessas que me machucariam. O mascarado existiria apenas pra me satisfazer quando eu quisesse e ordenasse. Talvez em algum ponto me frustrasse, pois eu ia querer um pouco de realidade, mas a realidade dói muito e eu não gosto de sentir dor emocional, então retornaria ao imaginário.

Se for levar em consideração que todos os homens no mundo são mentirosos que se mascaram com a própria cara mas que decepcionam do meio ao fim, essa minha inventação de moda não é lá tão bizarra. Eu só quero me preservar.

Sou acostumada a lances casuais porque quero experimentar um pouco de todos que cruzarem meu caminho, quero ter historias pra contar ou lembranças pra antes de eu morrer. Quero aprender um pouco com cada um... Só não quero me apaixonar e sofrer com términos indesejados e inesperados. Um mascarado me ajuda a evitar qualquer indicio de emoção, pois eu já sei que aquela pessoa não é real. 

Sobre mascarados: eu não sei o que há por baixo da mascara da pessoa que se coloca entre minhas pernas nas minhas fantasias mas sei que a persona da qual a mascara faz parte sabe como me agradar e não vai se acovardar quando eu precisar de mais daquilo que ele pode me dar. Eu sei que nunca terei ninguém real e se alguém dia eu tiver será por pouco tempo, mas as minhas fantasias nunca vão me abandonar.

 

A mascara é a minha possibilidade de fugir da realidade das pessoas, da vida em si.

 

O vocalista da banda Avatar é um que se desse eu me agarrava com ele num banheiro qualquer mas não podendo de fato, ele me visita entre um sonho erótico e outro... O baterista do Mushroomhead tal como o baxista do In This Moment seriam bem vindos pra um ménage e os caras do Ghost BC poderiam até fazer fila quando um cansasse o outro continuava... O bom é que eu não preciso me preocupar como abandonos. Talvez terapia resolvesse e é por isso que escrevo isso agora, faz parte do processo terapêutico.

Então agora sabes porquê eu gosto do Michael Myers, do Mushroomhead principalmente do Waylon Reavis e o baixista que eu não sei o nome, do Slipknot e do Corey fdp Taylor, e porque eu gosto de transar ouvindo musica e quase nunca crio vínculos com meus casinhos de uma noite. Não quero ninguém vindo estragar meus prazeres secretos.

Estou com bastante raiva e um pouco de vergonha pelas coisas que acabei de escrever, mas eu não menti em nada que lhe contei... Sou livre e vôo alegremente dentro da minha própria prisão - que eu mesma criei, que eu mesma me prendo e que só eu tenho a chave. Acho que tenho tesão em psicopatas porque a possibilidade de morrer após gozar me é interessante e somente um psicopata pra me matar após o sexo, né.

 

Já prestou atenção em como os dedos de um baixista se movem enquanto ele toca seu instrumento musical? Será que os dedos dele se moveriam daquele jeito enquanto ele me tocasse? Imaginar isso já é o ponto de partida até o clímax no qual eu vou chegar em alguns minutos.

 

Boa noite!

quarta-feira, 27 de julho de 2022

About my mother...

Minha mãe é uma senhora dada a falar através de ditados - principalmente quando está tentando botar medo em alguém - sendo assim, me ensinou a pensar, sem querer querendo...

"O cachorro do vizinho é o que rouba a banha..."

Essa era uma das frases de efeito que ela falava com frequência, e dava ênfase nas palavras com base em seu estado de espírito do momento - às vezes o humor dela variava tanto em apenas um dia que era difícil acompanhar as mudanças - e queria que de acordo com a emoção que empregando na frase eu adivinhasse o que ela estava pensando e qual seria a atitude que ela ia tomar... (Eis um dos dons de toda mãe: só com olhar já fazer os filhos se borrarem de medo... Mas a minha ainda ilustrava com um ditado...)

Com essa frase ela às vezes era irônica, na intenção de me fazer perceber que ela sabia que eu estava contando uma lorota pra escapar de algum tipo de punição por ter aprontado... Às vezes falava distraidamente, dando a entender que estava articulando argumentos antes de começar a discutir e tentando por em prática o seu frio e calculado autocontrole pro caso da discussão se transformar em briga física (geralmente em defesa dos filhos). Às vezes apenas uma afirmação ênfase alguma pra me ensinar uma lição que ela muito tentou mas que eu mesma só aprendi quando uma pomba gira falou com outras palavras algo do mesmo sentido desse ditado, enquanto me relembrava coisas que aconteceram na minha vida...

EXISTEM PESSOAS QUE PREFEREM CULPAR OS OUTROS PELAS PRÓPRIAS C@GADAS - por medo, vergonha, oportunismo - MAS JAMAIS VÃO ASSUMIR QUE NÃO FOI EXATAMENTE O CACHORRO DO VIZINHO QUE ROUBOU A BANHA... (Depois que eu entendi isso ficou mais fácil controlar meus impulsos pra não sofrer com consequências cansativas, mas a pomba gira teve que falar de outro jeito...)

Burra sou eu por não perceber que a minha velha carcomida e amada mãe tem a capacidade de me ensinar lições valiosas sobre qualquer coisa, brincando batendo berrando ou ironizando, mesmo sem ter a intenção.

Quem tem rabo que sente em cima ou então não reclame que pisaram nele, pra bom entendedor meia palavra basta e um pingo é letra.

PS: aquele que mencionar a minha mãe desrespeitosamente vai ganhar mais uns buracos na cara.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

O mal que a impaciência me faz...

Acabei de ter uma epifania. 

O caso é o seguinte: aqui em casa eu tenho não tenho uma smartv, mas eu tenho um Chromecast (um dispositivo que auxilia meu aparelho de TV a se conectar com a internet "transformando" essa TV normal em smartv. Esse dispositivo simplifica a minha vida e me dá alegria a cada dia que passa já que me possibilita de assistir na TV tudo que eu vejo no celular, tablet ou computador, de maneira totalmente sem fio. Entendeu a importância que meu amado Chromecast tem pra mim? Visto que minha TV não tem nem antena...).

Há quase dois meses atrás, tivemos um problema com o roteador aqui de casa e ele teve que ser resetado pro técnico fazer as alterações que possibilitariam o roteador de continuar cumprindo suas funções. Esse fato me fez ter que esquecer a rede de wi-fi de todos os meus aparelhos eletrônicos para que eu conseguisse me reconectar e continuar usando a internet. E nessa safadeza aí o meu namorado tão amado chamado Chromecast, não estava encontrando a rede, o deixando sem conexão com o wi-fi daqui de casa... E eu fiquei enfurecida.

Tentei tudo que dava pra ser feito pra reconectar o aparelho no wi-fi porém não tive sucesso em nenhuma dessas tentativas, fiquei muito irritada no início e depois a raiva deu lugar a uma tristeza besta, o que me fez simplesmente desistir de continuar fuçando no aparelho. Como em tudo o mais na minha vida, eu atribui também a esse ocorrido um significado além do que realmente se vê e deduzi na minha cabeça que não era o momento ideal pra continuar tentando porque eu me gastaria a toa. Saiba que o rompante de emoções conflitantes me deixou com uma enxaqueca horrorosa por uma semana inteira e eu tive que ir até o hospital pedir algum socorro pois aquela dor estava ficando cada vez pior...

Mas a vida seguiu, né?!

Sem a TV pra assistir meus filmes e séries preferidos e ouvir minhas músicas e podcasts, eu retomei vários antigos hábitos para sair do tédio que a falta da TV trouxe e tentar zerar a raiva pra ver se passava a dor de cabeça... Comecei a ler mais, escrever mais, inventei várias modas com edições de vídeos e fotos pro Instagram pra ensaiar minhas habilidades em design gráfico e edição, e também pra dar um pouco de asas à minha imaginação ao exercitar minha criatividade e materializar minhas idéias. Inventei de fazer algumas acrobacias - dessas que as pessoas normais conhecem pelo nome de "exercícios" - e passei horas e horas sentada olhando pra parede, simplesmente vivendo dentro da minha cabeça, meditando e refletindo, me acalmando. Aproveitei a privacidade que tenho por morar sozinha para dar início a várias horas de masturbação por vários dias seguidos e tive orgasmos realmente intensos... E também aprendi a cozinhar algumas comidas diferentes que eu nunca tinha provado, com os temperos que usei.

Tipo: eu transformei aquele tempo ocioso, que eu geralmente desperdiço vendo TV, em algo produtivo e isso fez muito bem pra minha cabeça. Sim, parece algo tremendamente idiota... Mas te imagina privado repentinamente de um dos teus vícios e experimenta a sensação que vai te invadir e depois vem me apontar o dedo. Por mais que eu apenas transmito pra TV o que vejo no celular, tem muitas coisas que são BEM MELHORES de assistir na TV. E eu sou viciada em filmes e séries, então... Me obriguei a me ocupar pra não ficar histérica dentro de casa, porque a essa ira me traria enxaquecas intensas... E foi divertido esse período. 

Não, não tenho amigos e nem vida social. O que eu vivo é sozinha na minha casinha, com meus bichos, meus aparelhos eletrônicos, meus livros e cadernos de anotações, e minhas músicas. Sim, eu sei que deveria sair mais e transar com alguém além de apenas usar as mãos. Não, não quero tentar porque o mundo externo me irrita e me dá náuseas. E se você ainda quer continuar lendo, leia e pare de opinar nos meus causos. Se não quer continuar lendo, vai arrumar outra coisa pra fazer e boa viagem. Sim, contar essas coisas me deixou com raiva.

Agora vem a virada...

Hoje, eu estava totalmente relaxada, tranquila e me divertindo muito lendo um livro que comecei a ler semana passada, quando meu sobrinho me manda mensagem dizendo que conseguiu reconectar o Chromecast no wi-fi aqui de casa. Eu li aquilo, agradeci ele por avisar, ignorei o fato de que agora eu poderia voltar a assistir filmes e escutar música alta na minha amada TV e continuei lendo, rindo alto com a leitura. Não era de se esperar que eu tacasse o livro longe e fosse ver TV? Levando em consideração o meu vício, sim, e quando eu parei pra pensar na minha reação e na indiferença que senti por algo que antes era meu vício - e lembrando do tamanho do fiasco que eu fiz quando fiquei sem TV - me peguei realmente surpresa comigo mesma. Também me senti muito idiota... Aquele escândalo que me trouxe dores de cabeça horríveis e me fez gastar pra ir no médico NÃO AGREGOU EM NADA e eu caguei pra TV.

Quando fui tomar banho comecei a refletir sobre tentar deixar de lado algo que não está funcionando pra mim quando estou tentando usar, e principalmente não me descontrolar emocionalmente quando algo, de alguma forma, travar... Talvez as coisas resolvam travar quando não é o momento para tal coisa ser útil e essa coisa precisa sair de cena, trazendo a oportunidade pra que eu dê espaço e visibilidade pra projetos ou situações que serão mais lucrativos pra mim naquele período. Veja bem, um mês eu aprendi muita coisa e produzi bastante conteúdo - útil ou inútil - e refleti sobre minha vida, fiz planos e botei algumas coisas em prática... Mas sinto que realmente relaxei e acalmei minha mente furiosa.

Agora, usando essa presepada da TV pra fazer uma analogia com todas as situações da minha vida que me trouxeram frustração quando simplesmente não funcionaram do jeito que eu queria e na hora que eu exigia... Percebo o quanto tenho sido uma idiota. Pensando no que aconteceu hoje e comparando com os erros que cometi no passado, vejo agora que eu deveria ter ignorado as coisas que estavam difíceis antes que a minha birra começasse e deveria ter dado abertura pra minha inteligência agir na minha vida, naquelas vezes...

Perdi muito tempo e muitas coisas ao surtar e jogar fora oportunidades boas que eu achei que estavam perdidas quando não se sucederam como eu gostaria. Sendo que era só se afastar daquilo por algum tempo pra pegar um novo fôlego - deixar de lado de alguma forma por um determinado período - e ir fazer algo útil e produtivo pra me distrair...

Quem sabe quantas coisas eu teria aprendido ou criado...? Quem sabe em que altura da minha vida eu estaria hoje...? Quem sabe quais traumas teriam sido evitados...? Quem sabe quantas alegrias ou quantas conquistas eu teria tido se eu mesma não tivesse me causado tantas perdas...? Quem eu seria hoje se não fosse quem sou agora?

A maior causadora das minhas frustrações é a minha impaciência. Que caralho! 

Agora que eu sei disso, talvez eu mude meu jeito de agir pra de agora em diante conseguir ter uma vida mais tranquila e menos dolorosa. Uma mínima mudança de atitude quando as minhas exigências se mostrarem mais urgentes que o planeta consegue girar, já vai estar me poupando de passar raiva. E eu tô começando a achar que eu sou sim capaz de me manter tranquila e paciente. Dizem que a paciência é uma virtude e eu te digo que é uma virtude que eu não tenho, mas ainda tenho o dom da inteligência, eu realmente acredito que posso melhorar a minha vida e passar a ser merecedora apenas das coisas boas que a lei do retorno puder trazer.

Uma moça feliz e satisfeita está prestes a dar uma dormida profundamente reparadora, tendo uma cama perfeitamente confortável pra deitar, um gato e um cachorro pra me abraçar... Mas os ventos que estão trazendo as mudanças permanecem soprando, focados na direção que devem me guiar e sabendo de cada oportunidade que se fará presente quando eu lá finalmente chegar. É uma longa subida até a glória mas eu já subi um degrau. Espero não regredir...